Um mundo novo ou o “partir à descoberta do Mundo”?!
Por norma, a primeira entrada na escola, seja na Creche ou no Jardim de Infância, é um momento muito importante e marcante na vida das crianças e dos pais.
Trata-se de uma fase em que se criam muitas expetativas. Tudo é avaliado ao mais pequeno pormenor. Da equipa técnica, à higiene e decoração do espaço, à forma de acolhimento nas primeiras visitas e fase de adaptação, à localização, sensação de segurança, qualidade do Projeto Pedagógico e Educativo e métodos de ensino/aprendizagem, não esquecendo as recomendações de outros pais , familiares e amigos, todos os elementos devem ser tidos em conta.
De acordo com a idade da criança, os pais têm um papel essencial na transmissão de confiança, pois sabem de antemão que não estarão presentes para satisfazer as necessidades mais básicas dos seus filhos. Com uma perspetiva positiva, devem fomentar um clima securizante e afetivo que atenue qualquer sensação de ansiedade, natural dos primeiros momentos de “vida escolar”.
A ciência diz-nos que entre os 9 e os 12 meses de idade, o tempo médio de adaptação de uma criança a um novo local e cuidadores é de três semanas. Já dos 3 aos 4 anos é de duas semanas e entre os 5 e os 6 anos, apenas uma. As características individuais da criança e a organização e planificação familiar e da própria escola influenciam, também este processo.
Ainda que a entrada na escola não seja o primeiro desafio na vida de uma criança, é, certamente, o início de muitas das aprendizagens e conquistas que terá. Será, provavelmente, o local onde vai fazer algumas das descobertas mais significativas, onde vai começar a desenvolver as suas principais características psicossociais, habilidades motoras e onde vai criar as primeiras amizades.
Enquanto pais e escola, é importante conhecer, respeitar e adaptar as diferentes rotinas à individualidade de cada criança. Não é recomendável compará-las com os irmãos mais velhos e/ou colegas de sala pois poderá criar-se uma “exigência” desnecessária.
Por vezes surgem episódios de ansiedade de separação que afetam as crianças mais pequenas. Nestes casos, e segundo a psicóloga Christine Kodman-Jones, é recomendável que os pais:
- visitem a escola com a criança para que esta conheça e se familiarize com a sala e (se possível) com a educadora;
- informem as crianças sobre as novas rotinas. Transmitir entusiasmo e explicar o mais pormenorizadamente possível como vão correr os dias é securizante e bastante benéfico;
- façam a transição / adaptação atempadamente. Não esperem pela véspera do primeiro dia de escola para deitar e acordar mais cedo. Fazer as refeições nos horários escolares também é um bom princípio;
- brinquem às escolas. É eficaz que elas compreendam como funciona o dia-a-dia na escola e não sejam totalmente surpreendidas.
Aos pais, recomenda-se que não sofram por antecipação nem dramatizem em demasia. Se há coisa que os(as) vossos(as) filhos(as) têm é capacidade de adaptação. E negociação também…
Nós cá estaremos para lhes dar o equilíbrio que necessitam.